quinta-feira, 23 de junho de 2011

A MORTE DO MARANHÃO

Foto: Timon - MA
Entre as notícias do dia, a que mais me espanta são os 9 milhões que o ministro do turismo Pedro Novais liberou para o Maranhão. 
"Tal verba foi é para implementação de estratégias para o desenvolvimento regional do Estado?"
Conheci várias cidades do Maranhão e inclusive São Luiz são cidades mortas, esquecidas pela "familia" e pelas "coligações politicas", que controlam a politica aos moldes do voto de cabresto, porém com um novo cenário. Este cenário são cidades que não são urbanas mais medievais, sem equipamentos urbanos nenhum, sem a presença do municipio e do estado preocupados em oferecer melhorias para maneira cruel que vivem as pessoas.
Este cenário que vou descrever é o mesmo para as cidades do nordeste, muda apenas o atores.
As cidades do nordeste apresentam crises urbanas, sem estruturas para educação, saúde, habitação, saneamento básico, transporte, lazer e no contexto dos 9 milhões, estrutura para o turismo. 
Estes assuntos são esquecidos durante quase 4 anos e nas eleições são retomados com o mesmo discurso " votem em mim, por que eu garanto que vocês terão do bom e do melhor em suas cidades". E o voto do cabresto volta como uma brisa rapida e passageira, uma cesta básica aqui, outra ali, a melhoria na cobertura do fulano aqui e outra ali, uma grade de cervejas, um boi para um churrasco e seriam tantos os aspectos que merece uma tese de doutorado. E assim os problemas continuam, poucas melhorias são implementadas, a final os politicos precisam de problemas nas cidades para se reelegerem novamente. E o povo cada vez menos dotado de conhecimento critico sobre politica, continua a eleger os mesmos politicos como a "familia", que mantém na linha dura o senhorio do estado. Contudo os 9 milhões para o desenvolvimento do turismo no estado, deveria ser fiscalizado centavo por centavo, pois milhões são foram liberados para muitas implementações de desenvolvimento no Maranhão e quem vive lá ou conhece um pouco da realidade, sabe muito bem que os milhões não levou melhorias para as cidades que estão mortas perante o significado da palavra desenvolvimento. 

UM BOM FERIADO A TODOS!

sábado, 10 de julho de 2010

AS FERIDAS DE NOSSOS ESPAÇOS

Não pretendo escrever neste blog textos somente sobre arquitetura e urbanismo, mas sobre os temas que envolvem o ser humano e suas relações com os espaços sejam eles quaisquer.Uma das citações mais reflexivas sobre as transformações dos espaços é da Jane Jacobs, uma escritora americana que faz desabrochar as primeiras discurssões sobre o planejamento urbano, abaixo a citação que envolve diversos atores sobre suas causas e consequências.
"“A erosão das cidades pelos automóveis provoca uma série de conseqüências tão conhecidas que nem é necessário descrevê-las. A erosão ocorre como se fossem garfadas – primeiro em pequenas porções, depois uma grande garfada. Por causa do congestionamento de veículos, alarga-se uma rua aqui, outra é retificada ali, uma avenida larga é transformada em via de mão única, instalam-se sistemas de sincronização de semáforos para o trânsito fluir rápido, duplicam-se pontes quando sua capacidade se esgota, abre-se uma via expressa acolá e por fim uma malha de vias expressas. Cada vez mais solo vira estacionamento, para acomodar a um número sempre crescente de automóveis quando eles não estão sendo usados.[...]
Nenhuma etapa desse processo é, em si, crucial. Mas o efeito cumulativo é enorme. E cada etapa, que de forma isolada não é crucial, é crucial no sentido de que não só acrescenta seu quinhão à mudança total, mas também acelera o processo. A erosão das cidades pelos automóveis é um exemplo do que é conhecido como ‘retroalimentação positiva’. Na retroalimentação positiva, uma ação produz uma reação que por sua vez intensifica a situação que originou a primeira ação. Isso intensifica a necessidade de repetição da primeira ação, que por sua vez intensifica a reação e assim por diante, ‘ad infinitum’. É mais ou menos como adquirir um vício pelo hábito” (JACOBS, 2000: p. 389).